
No espetáculo, o pintor holandês é apresentado sob uma perspectiva menos "biográfica" e sem os clichês que usualmente envolvem a figura de Van Gogh.
- Procuramos evitar um didatismo exagerado. Também optamos por não retratar a vida do Van Gogh de uma maneira dramática, apesar dela ter sido marcada por episódios trágicos, explica o diretor João Fonseca.
Para estabelecer um elo entre o artista, morto em 1890, e o mundo contemporâneo, a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho, autora da peça, criou a personagem do jovem Timóteo - vivido por Bruno -, cuja vida se transforma depois do encontro com Van Gogh.
- Através do Timóteo quero passar esta descoberta pessoal que foi Van Gogh para mim - conta Bruno, que cogitou escrever a peça, mas decidiu delegar esta missão espinhosa a Daniela, indicada ao prêmio Shell em 2007, com a peça "Por uma vida um pouco menos ordinária".
Além de contribuir na elaboração do texto, Bruno foi responsável pela escolhas de seus colegas de palco, os atores Marcelo Valle, Larissa Bracher e Pedro Garcia Netto, com os quais ele pretende criar um novo grupo de teatro.
- Nós vamos ficar juntos por muito tempo. Já somos uma família, diz o ator.
Embora o espetáculo já esteja "quase podre, de tão maduro" - nas palavras de Valle - os diferentes tipos de público e teatros onde o grupo vem se apresentando obrigam os atores a seguir ensaiando quase que diariamente.
- Nos apresentamos em lugares pequenos, mas também enfrentamos platéias enormes, como em Votuporanga, no interior de São Paulo, onde atuamos diante de mais sete mil pessoas.
A popularidade do galã global entre os adolescentes tem servido de ímã para atrair um público jovem, que não freqüenta museus e tem poucas informações sobre a vida e a obra de Van Gogh.
- No primeiro dia, a maioria esmagadora do público é jovem. Mas no segundo e no terceiro dia, a gente já começa a ver pessoas mais velhas, pais e avós que ficam sabendo da peça pelos seus filhos e netos, descreve Bruno.
O ator, que interpretará um jovem esquizofrênico em "Caminho da Índia", próxima novela das 21h, com estréia prevista para janeiro, busca inspiração para suas personagens em visitas a centros psiquiátricos, numa espécie de laboratório.
- Houve uma sincronicidade entre a peça e a novela. Eu já estava envolvido com a história do Van Gogh, que era bipolar, quando a Glória Perez me chamou para intepretar o papel do Tarso.
- Houve uma sincronicidade entre a peça e a novela. Eu já estava envolvido com a história do Van Gogh, que era bipolar, quando a Glória Perez me chamou para intepretar o papel do Tarso.
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"Um certo Van Gogh" - Teatro do Leblon - Sala Fernanda Montenegro (Rua Conde Bernadote 56, Leblon. Tel.: 2529-7700). Ter e qua, às 21h. Ingressos: R$ 50.
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Fonte: O Globo / Foto: Divulgação
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