Um trocadilho irresistível entre a notória peça de Pirandello, "Seis Personagens À Procura De Um Autor", e o curso contínuo e bem-sucedido da carreira de Bruno Gagliasso se faz quase que obrigatório e oportuno. Bruno tem sido objeto de várias matérias em orgão de imprensa e acerca do fato de emendar papel em outro. Sabemos todos que atores jovens, de boa aparência, e talentosos não são encontrados aos borbotões. E o ator sobre quem estamos falando reúne estes atributos nada trivais. Daí deduzimos que natural seja sua escalação para importantes papéis pela emissora da qual é contratado (no caso, a Rede Globo). Há aqueles que preconizam um suposto e inevitável desgaste da imagem do artista. Mas Bruno possui a seu favor triunfos que dizimam esta possível desvantagem. Destaco o carisma e versatilidade do intérprete. Caso não houvesse nenhuma dessas qualidades, talvez não se lograsse o êxito esperado. A prova do que digo materializa-se em mais um tipo meticolosamente construído por ele, o Timóteo Cabral de "Cordel Encantado", novela de Duca Rachid e Thelma Guedes. Timóteo, homem janota, parceiro da falta de escrúpulos e amigo do abuso de poder. Elegante rapaz que joga com a sedução a fim de atingir seus objetivos. O filho da riqueza, que trouxe distorção de caráter, e que não se importa com os meios nada nobres de que utiliza para conseguir o que se deseja. Nutre obsessão amorosa, afetiva (ou seria capricho de quem acha tudo pode?) por Açucena (Bianca Bin). Jesuíno (Cauã Reymond) está em seu caminho. Para Timóteo, não configura-se problema. Limpa-se o caminho. Voltemos assim ao título deste texto. Júnior de "América", Ricardo de "Sinhá Moça", Ivan de "Paraíso Tropical", Tarso de "Caminho das Índias", e o Berilo de "Passione" foram seis personagens à procura de um ator. Encontraram. E Timóteo?Ficaria sem que o representasse? Não, Bruno Gagliasso é generoso. Agora, sete personagens estão felizes.
Texto por :Paulo Ruch
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